Impacto da circulação da variante P1 do Novo Coronavírus na retomada das aulas

Com um hiato de quase um ano sem aulas presenciais, o estado de São Paulo iniciou o retorno gradual das atividades no mês de fevereiro de 2021. Os protocolos seguidos foram rígidos e a volta das atividades teve o objetivo de reduzir o impacto do longo período de isolamento no desenvolvimento e sociabilização de crianças e adolescentes. No entanto, a circulação de variantes do coronavírus forçou os municípios a interromperem a retomada das aulas.

Vecina destaca que neste momento de pico, em que o país bate recordes de mortes diárias, não é prudente falar em volta às aulas, mas que assim que tivermos uma redução do número de casos, a primeira questão a ser planejada será a retomada das atividades educacionais. “Temos que buscar reabrir as escolas, sempre com uma parte das classes e tomando cuidados com alunos e profissionais da educação que possuem comorbidades, pois devem ser evitados riscos desnecessários”, pontuou.

 

Preparo para a retomada das aulas presenciais

De acordo com o pediatra e infectologista pediátrico Marcio Nehab, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), o retorno às aulas deve ser avaliados através dos sistemas de vigilância sanitária. Para o especialista, algumas auxiliam no monitoramento durante este processo: Após a volta às aulas, está havendo aumento no número de casos e óbitos? Há como ter certeza que esse aumento se deveu a reabertura das escolas? Como estão sendo respeitadas as medidas de isolamento e controle de casos e contactantes?

 

Há disponibilidade de EPI (equipamentos de proteção individual) para professores e alunos?

As condições estruturais estão seguindo as normas sanitárias?

Houve contratação de pessoal para conseguir dar conta da nova distribuição de alunos nas aulas presenciais?

Haverá suporte de ensino a distância para os doentes ou os isolados que não puderem ir de forma presencial?

Outros pontos a serem analisados são os prejuízos que a suspensão indeterminada das aulas vem causando para a sociedade, como os danos ao aprendizado/ensino, danos psicológicos, fome e insegurança alimentar, aumento da violência contra a criança, o adolescente e a mulher, pandemia de sedentarismo, aumento do uso de tela, entre tantos outros.

O tema é complexo e o desafio de conduzi-lo exigirá muito dos municípios. Ao pontuar que municípios de pequeno porte com uma boa gestão da saúde pública como um todo, maior disponibilidade de leitos hospitalares e de UTI, tendem a obter resultados melhores durante a pandemia se comparados a municípios com alta densidade populacional de forma geral, Nehab reitera que mesmo depois de mais de um ano de pandemia ainda é preciso investir no reforço da conscientização sobre questões básicas de prevenção. que mesmo depois de mais de um ano de pandemia ainda precisam investir no reforço da conscientização sobre as questões básicas de prevenção, como o uso de máscaras, higiene constante das mãos e a prática do isolamento social para evitar aglomerações até que seja possível ter controle mais efetivo da pandemia.

Aos municípios que estudam as melhores estratégias para o retorno para a volta às aulas, a Fiocruz disponibiliza ainda a publicação Recomendações Retorno Escolar, que pode ser acessada por meio do link: https://portal.fiocruz.br/documento/recomendacoes-para-o-planejamento-de-retorno-atividades-escolares-presenciais-no-contexto