Durante o primeiro trimestre de 2021 o Brasil viveu o agravamento da crise sanitária gerada pelos altos índices de contágio por coronavírus no país causado pela circulação de novas variantes do vírus, entre elas a P1, identificada inicialmente em Manaus, no início de 2021, responsável pelo aumento de casos de Covid-19 que resultou no colapso do sistema de saúde da região, fato apontado por um estudo publicado em janeiro por cientistas brasileiros e do Reino Unido, que identificaram a presença da variante P1 em 52% dos testes de covid-19 coletados em Manaus no mês de dezembro, e em 85% das amostras coletadas em janeiro de 2021.
Como já era esperado, a circulação de novas variantes alcançou todo território nacional e o país teve a situação vivida em Manaus reproduzida em mais de 20 estados (até o início de abril), o que aumentou o grau de dificuldade para o planejamento e a execução das estratégias para a gestão dos serviços públicos municipais, que já iniciou o ano apertando os cintos e buscando soluções para incrementar os seus orçamentos.
Diante das dificuldades que estamos enfrentando, na economia, no atendimento social e na própria gestão da saúde, ficam algumas dúvidas, que buscamos esclarecer com especialistas nesta edição do nosso informativo. Uma delas é, sem dúvidas, o que esperar da pandemia da Covid-19 já que fomos surpreendidos com o impacto das variantes do vírus, que demonstram ser mais fortes e mais contagiosas. Para o médico sanitarista Gonzalo Vecina, fundador e ex-presidente da Anvisa, professor assistente da Faculdade de Saúde Pública da USP e superintendente do hospital Sírio Libanês, para o futuro, o surgimento de novas variantes são probabilidades. “Que nós esperamos que não ocorram, mas se a vacinação for eficaz contra as novas variantes, vamos experimentar sim, uma melhora da situação que deve ser sentida entre o meio e o final do ano no Brasil, que em novembro deve apresentar uma cobertura vacinal que permita a retomada das atividades da sociedade”, pontuou.
Segundo o especialista, a estratégia mais adequada para este momento é manter o isolamento social, dentro das possibilidades dos municípios, já que não conseguimos fazer lockdown em todas as regiões. “Precisamos praticar o isolamento social e Aos comércios que forem abertos, é imprescindível que haja controle de pessoas para os ambientes internos, cuidado com a ventilação para evitar a probabilidade de contaminação, e o uso de máscaras, álcool gel, o reforço da questão da higiene pessoal e de locais compartilhados, temas que devem permanecer em pauta como um verdadeiro mantra para a sociedade, pois são nossos principais aliados para a prevenção”.


